terça-feira, 21 de agosto de 2007


EXPOSIÇÃO EM SPRAY
INVADE O MEMORIAL
O Memorial da América Latina é sede da segunda fase da exposição SPRAY – O Novo Muralismo Latino Americano, uma exibição histórica de murais por artistas consagrados do graffiti paulistano.
A abertura da segunda fase aconteceu na quarta-feira (13), tendo ainda o lançamento do "Livro dos Monstros" uma publicação da galeria e editora Choque Cultural. Um livro de artes originais todas feitas à mão por 31 artistas e de tiragem limitada a 150 edições, numeradas e assinadas pelos editores.
De acordo com Adriana Beretta, organizadora da exposição, São Paulo é uma importante fonte de talentosos artistas que ao longo das últimas décadas consolidaram uma linguagem própria, e que hoje, influencia artistas de todo o mundo.
O principal objetivo da exibição é mostrar ao grande público um panorama de qualidade da arte produzida pelos artistas especializados em pinturas de grandes dimensões, surgidos da experiência bem sucedida do graffiti paulistano dos últimos anos, realçando sua diversidade de estilos, originalidade e excelência pictórica.
Artistas como Speto, Caboco, Fefe Talavera, Highraff, Ciro, Prozac, Renan Cruz são responsáveis por grande parte dos coloridos muros da cidade, e agora deixam sua marca na história da arte contemporânea como representantes do muralismo, uma categoria muito importante às artes das Américas, de ícones como o mexicano Diego Rivera e Siqueiros e pelos brasileiros Di Cavalcanti, Portinari, Burle Marx, Clóvis Graciano, entre muitos outros. E pela novíssima geração que transformam São Paulo numa grande galeria a céu aberto.
A exposição tem curadoria de Mariana Pabst Martins, Baixo Ribeiro e Eduart Saretta e inclui ainda cartazes de lambe-lambe e desenhos. A organização é de Adriana Beretta.

Graffiti – A arte das Ruas
Grafite ou Graffiti (do italiano graffiti, plural de graffito) significa "marca ou inscrição feita em um muro", e é o nome dado às inscrições feitas em paredes desde o Império Romano.
Graffiti é a designação para as pinturas feitas em muros e paredes na rua. O graffiti salta aos olhos nos grandes centros urbanos. É considerado por muitos como um ato de vandalismo, uma vez que suja as paredes de inúmeros edifícios, muitas vezes edificações históricas. Muitas vezes confundidas como pixações que só tem a intenção de danificar muros, "marcar territórios" de gangues, fazer protestos e até declarar uma frase para uma pessoa o graffiti é diferente disso, pois seu objetivo é expor desenhos como se fossem pinturas onde o quadro é a paredes.
O graffiti está ligado a movimentos como o movimento hip-hop. Como em nenhum outro lugar todos os elementos co-protagonizam no dia-a-dia da metrópole, evoluindo com caráter próprio e misturando o que há de melhor da cultura popular com o que foi inspirado pelo hip hop norte-americano.
Enquanto para as mentes manipuladoras tentam passar a imagem de que os seguidores desses movimentos tentam mascarar impulsos de vandalismo com discursos de vitimização, na realidade esta expressão legítima é utilizada como veículo para se revelar realidades oprimidas, realidades essas sem força perante pressões governamentais por vias políticas. Desta forma, o que é vandalismo para muitos é um considerável instrumento de protesto contra as condições das classes menos privilegiadas para outros que nesta expressão encontram forma de obrigar a cidade a contemplar a sua miséria.

Muralismo Latino Americano
Muralismo é a arte da pintura mural, que engloba o conjunto de obras pictóricas realizadas sobre parede. A técnica de uso mais generalizado é a do afresco, que consiste na aplicação de pigmentos de cores diferentes, diluídos em água, sobre argamassa ainda úmida.
A pintura mural difere de todas as outras formas de arte por estar profundamente vinculada à arquitetura. Nessa técnica, o emprego da cor e do desenho e o tratamento temático podem alterar radicalmente a percepção das proporções espaciais da construção.
No século XX, a pintura mural ressurgiu, com todo vigor, em três fases principais: um gênero mais expressionista e abstrato que surgiu a partir de grupos cubistas e fauvistas, em Paris, e se manifestou nos trabalhos de Picasso, Matisse, Léger, Miró e Chagall; outro que se manifestou a partir do movimento revolucionário mexicano; e um movimento mural de curta duração, na década de 1930, nos Estados Unidos.No México, a tradição milenar da pintura mural, também praticada por algumas culturas pré-colombianas, ressurgiu nas primeiras décadas do século XX, coincidindo com o movimento revolucionário. Os artistas da época viram no muralismo o melhor caminho para plasmar suas idéias sobre uma arte nacional popular e engajada.

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