terça-feira, 21 de agosto de 2007

Theatro São Pedro 90 anos



Theatro São Pedro comemora

90 anos com exposição retrospectiva



A História do Theatro São Pedro
Inaugurado em janeiro de 1917, o Theatro São Pedro foi erguido em um bairro que poucas décadas antes fazia parte de um sítio, a Barra Funda. À exceção do Teatro Municipal, edificado em 1911, todos os 69 teatros e casas de espetáculo construídos na cidade de 1860 até 1917 foram desativados e, em sua imensa maioria, demolidos. Com eles, desapareceram não só os espaços de entretenimento e cultura, mas também o testemunho e a memória material desses mundos. Uma memória que, no caso do Theatro São Pedro, sobreviveu e cujo fio pode ser retomado.
O Theatro São Pedro foi construído em estilo eclético, predominantemente neoclássico com detalhes em art nouveau, a pedido do empreendedor português Manoel Fernandes Lopes. O engenheiro responsável pela obra foi o construtor Antônio Villares da Silva, que seguiu as linhas do projeto elaborado pelo arquiteto italiano Augusto Bernadelli Marchesini que residia na cidade e que fora o responsável também pelo projeto do Teatro Oberdan no Brás. O teatro de palco italiano com planta em forma de ferradura (além de platéia, frisas, balcões e camarotes) era recorrente nos teatros planejados para funcionar com programação mista, dado que seu desenho permitia a instalação de telas de projeção.
Concebido para ser um espaço dedicado a operetas, teatro e show de variedades, além de projeções de cinema, o São Pedro alternava, em seus primeiros decênios de atividade, a apresentação de companhias nacionais e estrangeiras, com concertos eruditos e mostras de crianças prodígios. Levou à cena figuras hoje célebres como o ator Leopoldo Fróes.
Em 11 de setembro de 1970 uma nova sala de apresentações, cujo foco estava centrado na experimentação e dedicada a pequenos espetáculos, é aberta recebendo o nome de Studio São Pedro. A peça de inauguração, “A Longa Noite de Cristal”, de Oduvaldo Viana Filho, foi contemplada com o Prêmio Molière daquele ano. Nesse mesmo ano é apresentado na sala grande um dos maiores sucessos do decênio, o espetáculo musical “Hair”, dirigido por Ademar Guerra.
Apesar das montagens bem sucedidas problemas financeiros e internos ao grupo levam Segall a alugar a grande sala do teatro ao governo do Estado e a desistir de fazer produções próprias no Studio. A partir de 1974, o teatro passa assim a servir também de sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, então sob a direção do maestro Eleazar de Carvalho. A São Pedro Produções Artísticas, encerra suas atividades em 1975, ainda que Maurício Segall permaneça na direção do teatro até 1981.
No final dos anos 70, o teatro é sublocado para grupos variados, apresenta ainda algumas peças com Beatriz Segall à frente do elenco, e três montagens marcantes: “Macunaíma” (Mário de Andrade), sob a direção de Antunes Filho, em 1978; “Ópera do Malandro” (Chico Buarque), dirigida por Luis Antônio Martinez Corrêa, em 1979, e a já mencionada “Calabar”, dirigida por Fernando Peixoto, em 1980.
Depois de uma década e meia de gestação, em 24 de março 1998, o novo Theatro São Pedro foi reaberto ao público em uma grande cerimônia, com a presença em peso da classe artística paulistana e de autoridades dos governos municipal, estadual e federal. Em junho de 1999, o projeto de restauração do Teatro São Pedro foi um dos contemplados com a Medalha de Ouro de Arquitetura Teatral da 9ª. Quadrienal de Cenografia, Indumentária e Arquitetura Teatral de Praga.A inauguração do novo São Pedro no final da década de 90 significou o início de uma nova orientação. O projeto de recuperação do teatro, iniciado nos anos 80, fez parte de um conjunto de intervenções visando a requalificação na área central da cidade. Na cerimônia de abertura do São Pedro a Secretaria do Estado da Cultura, nova proprietária do teatro, anuncia que o mesmo funcionaria como sede provisória da OSESP até a conclusão das obras na Júlio Prestes. A Orquestra inicia a nova programação do teatro no dia seguinte à abertura, apresentando a ópera “La Cenerentola” (A Cinderela), de Rossini.




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