terça-feira, 21 de agosto de 2007



Lapa comemora 416 anos
de muita história


Na quinta-feira (12), dia das crianças e dia da Nossa Senhora Aparecida – o bairro da Lapa comemorou 416 anos. A Lapa deve o nome a um morador português que, ao se mudar para a região, levou consigo uma imagem de Nossa Senhora, e construiu uma gruta, para a santa. A comunidade se desenvolveu em torno da imagem e o lugar passou a ser chamado de Nossa Senhora da Lapa, terminando por - na linguagem preguiçosa do povo - ficar conhecido apenas pelo último nome (Lapa significa: "grande pedra que forma um abrigo").


História da Lapa
Os primórdios do bairro nos remetem ao século 18, quando a região era dividida em apenas duas fazendas: a do coronel Anastácio de Freitas Trancoso (hoje, o bairro de Anastácio) e o sítio do Emboaçava. As duas fazendas eram atravessadas pelo Caminho dos Goiases - famosa rota de bandeirantes.
As origens do bairro remontam aos primórdios do povoamento de São Paulo de Piratininga. A primeira notícia sobre a região é de 1561 quando os jesuítas receberam uma sesmaria junto ao rio Embiaçaba, depois chamado Pinheiros. Embiaçaba, Ambuaçava, Umbiaçava, Mboaçava, Emboaçava ou Boaçava, topônimo de origem tupi, que significa "lugar por onde passa", designou durante três séculos a região lapeana. A então paragem da Emboaçava, no século XVI, se limitava com os campos de Piratininga (altura do Pacaembu), Aldeia de Pinheiros, Jaraguá (que compreendia Pirituba e Freguesia do Ó) e campos de Carapicuíba na altura do município de Osasco. O povoamento disperso, com sítios e fazendas, se fez lentamente a partir da construção de uma "fortaleza" para a defesa da Vila de São Paulo, situada além do rio Pinheiros, em 1590. Conservou, porém, reduzido número de habitantes durante muito tempo.
Entre os imóveis da Emboaçava, a partir de meados do século XVIII, destacou-se a "fazendinha da Lapa", assim denominada pelos Padres Jesuítas, pelo fato de a terem recebido em doação sob a "condição de se cantar uma missa cada ano à Virgem Santíssima, com o título da Lapa". Limita-se com os sítios: Água Branca, Mandi, Emboaçava e Tabatinguá. A sede engenho e ermida da Lapa - localiza-se no caminho de Jundiaí, junto de um vaio (ponto hoje designado pela avenida Brigadeiro Gavião Peixoto, aproximadamente nos arredores da avenida Mercedes e da rua Guararapes). Devido, porém, ser muito acidentado o terreno e por falta de mão-de-obra, decidiram os religiosos trocá-la no ano de 1743 com outra propriedade situada na baixada santista. Em 1765, toda a paragem de Emboaçava continha apenas cinco casas com trinta e um habitantes, sendo treze homens e dezoito mulheres.



Miscigenação cultural


A partir de 1880 - ano da Grande Imigração - começaram a chegar à Lapa as famílias tirolesas (do norte da Itália), que se dedicavam ao plantio de frutas e verduras. Em seguida vieram outros italianos (a maioria da região de Veneza), e também portugueses, espanhóis, franceses e sírio-libaneses.
Eles se espalharam pelo bairro e se dedicaram ao comércio, como profissionais liberais ou artesãos, sapateiros ou alfaiates. No final do século 19, chegam operários italianos e franceses que vêm trabalhar na vidraçaria Santa Marina. A região ainda teve grande influência dos italianos, onde os nomes das ruas do bairro eram sempre relativos à Itália: Roma, Coriolano, Scipião entre outros.
Por volta de 1906, com a instalação das oficinas, da Estrada de Ferro São Paulo Railway (SPR), operários e técnicos ingleses passaram a residir no bairro que se encontrava em franco progresso. Em 1919 o frigorífico Armour trouxe um grande número de trabalhadores húngaros, lituanos poloneses e russos. Uma febre de novas fábricas aconteceu no bairro, contribuindo para seu crescimento.





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