segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Prefeitura promove mudanças nas feiras 'livres'
No último dia 7, entrou em vigor na capital o Decreto nº 48.172, que proíbe a utilização de aparelhos sonoros nas feiras livres, além de estipular regras de limpeza das barracas, organização e horários para a montagem e desmontagem das barracas. Segundo a prefeitura, a nova lei visa principalmente evitar o barulho excessivo durante o período de montagem das barracas, que vai das 6h às 7h30. José Roberto Graziano, supervisor de Abastecimento, vinculado à Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, explica que a intenção do decreto não é coibir a propaganda falada que os feirantes fazem de seus produtos. A proibição atinge o uso de aparelhos sonoros, prática que começava a se tornar usual e incomodava moradores das ruas em que as feiras são realizadas, e o excesso de ruído durante a montagem. “A montagem, entre 6h e 7h30, deve ser feita com todo o cuidado, sem grito, para evitar o incômodo aos residentes da rua. Os gritos só podem ocorrer no momento do apregoamento (anúncio dos produtos), ou seja, durante o movimento da feira, que vai das 7h30 às 13h30. Porém, ele ocorre mais entre as 10h e 13h30”, ressalta. “Essas regras permitem penalizar os infratores. A intenção não é coibir o período de apregoamento, que já é uma característica da feira. Sem a utilização de aparelhos de som, ele é autorizado”. Para Maria de Freitas, feirante há mais de 40 anos “as feiras são denominadas livres, portanto devem ser livres completamente”. Para os feirantes o fator determinante da nova lei é o horário na montagem das barracas, a partir das 6h, o que prejudica e atrasa o início da feira. A prefeitura divulgou que o anúncio falado que os feirantes fazem de seus produtos continua permitido por um motivo técnico simples: os gritos não atingem o limite legal de 95 decibéis e, portanto, incomodam menos os moradores que a utilização de aparelhos sonoros. Segundo a Prefeitura, com as novas regras, os freqüentadores encontrarão feiras também mais higiênicas e atraentes, pois cabe aos feirantes manter a área limpa, acomodando o lixo produzido em sacos plásticos, que depois serão recolhidos pelo serviço de limpeza pública. Peixe e demais produtos alimentícios deixarão de ser entregues embalados com papel de jornal - os comerciantes deverão usar papéis adequados para embalar esses produtos. A aposentada Ana Maria Riccini, moradora da Lapa e freqüentadora de feiras livres é favorável a nova lei e destaca “a nova lei é importante para estipular regras para os feirantes mas, deve-se promover orientações para eles, assim como foi feito com os comerciantes na Lei Cidade Limpa” diz. O decreto também discrimina as barracas das feiras em 21 grupos de comércios distintos. Cada grupo define quais produtos devem ser vendidos e quais devem ser os tamanhos máximo e mínimo para cada tipo de barraca. Por exemplo, as barracas do grupo 6 venderão ovos, tendo uma metragem de 4 por 2 metros, enquanto as do grupo 13 comercializarão pastéis e outros salgados fritos na hora - estas deverão ter 4 metros por 4 metros. Também ficaram determinadas as cores das roupas dos vendedores e da lona de cada grupo. No caso, no grupo 6 a roupa deve ser amarela, e os toldos e anteparos listrados em amarelo e branco. Já no grupo 13, as vestimentas dos feirantes devem ser brancas, enquanto os toldos serão vermelhos e brancos. O decreto da Prefeitura inclui, além da padronização de cores das barracas, curso para fiscais das Subprefeituras, combate a feirantes clandestinos e cobrança do Preço de Ocupação de Área (POA) - espécie de imposto sobre a utilização do solo que era pouco executado nos últimos 20 anos. “Em janeiro de 2005, a inadimplência do POA chegava a 90%, e apenas 10% estavam adimplentes. No fim de 2006, o número de inadimplentes caiu para 22% do total”, compara o supervisor de Abastecimento. O imposto varia de R$ 5 a R$ 250 por mês, dependendo do tamanho da barraca e do tipo de atividade.

OBRAS DE BOTERO MARCAM PRESENÇA NO MEMORIAL




Pinturas de alto impacto dramático do artista plástico colombiano Fernando Botero - que testemunham a violência sem fim em seu país - compõem a primeira grande exposição internacional do Memorial da América Latina em 2007, com patrocínio da Nossa Caixa. “A Dor da Colômbia, por Botero” fica em cartaz até 26 de abril. Ela faz parte da programação de aniversário de 18 anos do Memorial, comemorados em 18 de março.
São 67 trabalhos – pinturas a óleo e desenhos – realizados entre 1999 e 2004 – selecionados e doados pelo próprio artista ao Museu Nacional da Colômbia, em Bogotá. O artista, que em geral se manifesta contrário ao uso da arte como "arma de combate", declarou, por ocasião da doação das obras, sentir-se na obrigação moral de deixar um registro sobre o momento vivido pelo país.
Sem abandonar seu estilo mundialmente famoso, Botero retrata os episódios de atentados a bomba e a comoção social que tomou conta do país nos anos 80 e 90. O artista é conhecido pelas formas redondas com que retrata suas figuras. De natureza humorística à primeira vista, as pinturas de Botero são geralmente um comentário social com toques políticos.
Fernando Botero é o artista latino-americano vivo de maior reconhecimento internacional da atualidade. Por isso, com o apoio do governo colombiano, essa mostra já percorreu cidades colombianas e também capitais sul americanas como Quito e Buenos Aires. Algumas das obras já passaram por cidades européias. De São Paulo, a mostra seguirá para a Espanha.
Essa não será a primeira vez que as obras de Botero vêm ao Brasil. Em 1998, quando expôs no Masp 82 obras produzidas entre 1947 e 1997, a mostra foi vista por 121.611 pessoas. Foi a segunda maior bilheteria do museu paulista, ficando atrás apenas da exposição de Salvador Dali.


Sobre o artista
Radicado na Itália, Fernando Botero nasceu em Medellín, na Colômbia, no dia 19 de abril de 1932. Desde cedo, demonstrou interesse pela pintura e, aos dezesseis anos, já havia participado de sua primeira exposição coletiva. Diferentemente de muitos artistas de sua época, Botero não teve uma formação acadêmica rigorosa; seus êxitos artísticos foram resultados de buscas pessoais.
Autodidata, foram fundamentais para sua formação os estudos sobre a história da arte, tanto dos mestres do Renascimento como os anônimos da arte egípcia, grega, pré-hispânica, colonial e popular. Nos anos 50, estudou em Madri, onde aprofundou seus estudos sobre o exagero das formas e proporções, o que caracterizou grande parte de sua obra.


O espaço

A Galeria Marta Traba é um espaço privilegiado do Memorial da América Latina para a difusão da arte latino-americana e para o intercâmbio cultural com os países do nosso continente. Projetada por Oscar Niemeyer, a Galeria é hoje o único espaço museológico existente no Brasil inteiramente dedicado às artes e à cultura latino-americanas. Ocupando uma área de 1.000 m², o espaço é sustentado por uma única coluna central, circundado por painéis que permitem ao visitante, desde a entrada, uma visão do conjunto das obras expostas.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Depois de rodar o Mundo,
“Decifrando o Cabelo”
chega ao Sesc Pompéia

Um assunto aparentemente banal, o cabelo - arma de sedução e tema atraente para a maioria das pessoas - combina dualidades: a ciência e o fútil, o surpreendente e o familiar, o incomparável e o comum, o social e o íntimo, a escala microscópica e a macroscópica. Desenvolvida pelo Cité des Sciences et de l' Industrie do La Villete - Paris (o maior pólo de cultura científica da Europa) em parceria com a L´Oréal e co-realizada no Brasil pelo SESC São Paulo, a exposição itinerante internacional “Decifrando o Cabelo” (Decoding the Hair), que explora todo esse universo contido num fio de cabelo, desembarca no Galpão do Sesc Pompéia após ser apresentada em oito países.
Surpreendente, instrutiva e divertida são adjetivos usados pela Cité des Sciences et de l' Industrie para classificar a exposição, cujo tema é atraente por sua familiaridade, universalidade e o espaço significativo que ocupa no cotidiano das pessoas. A mostra tem como principal objetivo despertar a curiosidade e o desejo de saber mais no visitante de todas as idades e sexos e desenvolver um tema do ponto de vista científico e cultural.
Para Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, a mostra alia instalações criativas a uma rigorosa pesquisa com informações científicas e culturais ligadas ao tema. "A mostra apresenta ao público leigo informações de caráter científico e cultural em uma linguagem acessível, apontando desde fatores genéticos até curiosidades que indicam os diferentes tipos de cabelos, considerando não só elementos étnicos, mas também tendências e práticas determinadas culturalmente", explica Danilo.


Cabelo divido em 4 áreas
Formada por documentários, painéis e interative hands on (equipamentos multimídia que permitem a manipulação em uma ação física sobre a exibição), a exposição é dividida em quatro seções distribuídas em um espaço de 600 m².


Entre Vida e Matéria - A primeira explora o cabelo como objeto de várias pesquisas e experimentos científicos, mostrando toda sua composição, por meio de sua estrutura e as propriedades do cabelo. Nas instalações é possível medir a força do cabelo, ver um fio de seu cabelo aumentado mil vezes (o que facilita muito a escolha de produtos adequados), entre outras atrações.

A ciência do produto - Xampus, sprays, gel, tintas, cremes... os cabelos são fonte de pesquisas de cientistas, biólogos e médicos para a criação de produtos. A segunda seção aborda esse universo, mostrando a indústria do cabelo, com exibição de documentário sobre como as tinturas agem em um fio e sua estrutura, comprovando que cabelo cinza não existe. Um filme feito no laboratório da L'Oréal retrata máquinas que testam os efeitos dos cosméticos nos cabelos.

O salão das metamorfoses - Uma terceira ala leva o público ao mundo de sonhos, onde cabeleireiros transformam penteados em obra de arte, além de oferecer idéias para uma nova aparência. Também nesta área, o visitante senta em frente a um monitor e se vê com diferentes cortes e tipos de cabelo, além de observar fotos de pessoas com mania de enrolar o cabelo enquanto falam e outros tiques.


O cabelo do mundo - No final do percurso, mais uma secção vai encher os olhos dos visitantes e montar um panorama dos penteados, salões de beleza, canções e expressões populares ligadas ao cabelo. Uma ala mostra a relação existente entre cabelo e história, moda, poesia, cultura dos povos, linguagem e música. Nessa parte, a pessoa senta-se numa cadeira e, equipada com uma espécie de capacete, ouve músicas e poemas do mundo inteiro que exaltam o cabelo.


Curiosidades sobre o cabelo
· Em média, o cabelo cresce 0,3 mm por dia e 1,5 cm por mês.
· 1,3 km é a quantidade média de cabelo que uma pessoa produz mensalmente. Em um ano, esse número sobe para 16 km.
· 4 mm abaixo da pele é a profundidade onde a raiz se instala. Essa área é chamada de folículo capilar.
· Anualmente, 20 km de fios de cabelo são produzidos por todos os nossos folículos capilares.
· O diâmetro de um fio de cabelo equivale a 45 mícrons (unidade de medida que equivale à milionésima parte do metro).
· Diariamente, você perde entre 50 a 100 fios de cabelo.
· Em 1 cm² de couro cabeludo, estão presentes 200 fios de cabelo.
· O couro cabeludo de uma pessoa ocupa, em média, 600 cm².
· Cada pessoa tem, em média, 120 mil fios de cabelo.
· Uma cabeleira com 120 mil fios pode suportar até 12 toneladas.


A melanina e as cores
Loira, ruiva ou morena, seja qual for a cor do seu cabelo, a melanina é a grande responsável pela sua opção. Ao observar fios de cabelos de cores diferentes no microscópio, pode-se descobrir que somente alguns grãos de melanina bastam para dar cor. Dois tipos dessa substância, presentes em todos os cabelos em proporções diferentes, permitem obter todas as nuances coloridas.
Os grãos de melanina são produzidos pelos melanócitos, que também são responsáveis pela melanina que dá pigmentação à pele. Porém, existe uma diferença entre os melanócitos da pele e do cabelo: enquanto a melanina da pele é estimulada pelos raios de sol, com o cabelo isso não acontece. Além disso, os dois produzem melanina em tempo e variedade diferentes.


Cabelo grisalho não existe
Não existe cabelo cinza ou grisalho. Na verdade, o que acontece é uma mistura da cor original com os fios brancos que começam aparecer. O visitante da mostra poderá, inclusive, comprovar esse fato em uma das atrações.
Ao longo dos anos, os nossos cabelos mudam de cor. Primeiro, a pigmentação se intensifica, o que escurece os cabelos e, na idade adulta, a formação de pigmentos vai diminuindo ou cessa. Muitas pessoas acreditam que isso acontece por falta de melanina, porém, na maioria das vezes, a substância continua a ser produzida no bulbo capilar até que os cabelos se tornem totalmente brancos. Durante esse processo, o que ocorre é uma falha de comunicação com as células receptoras, impedindo a chegada de melanina ao longo do fio.

Cabelo como produto
Além de perucas, os cabelos podem ser usados como produtos em outros casos. Na China, ele é usado para remover poluentes industriais da água, porque os metais se prendem ao cabelo. Na França, o cabelo é utilizado para filtrar o vinho.

Quando o cabelo nasce
Já no útero da mãe, o bebê começa a ter os seus primeiros fios de cabelo, que aparecem no 5º mês de gestação. O escalpo, também conhecido como couro cabeludo, é formado no 7º mês de gravidez.

Lixo toma conta das ruas da Lapa

Todos os anos, nessa época do ano que abrange o verão (de janeiro a março), os noticiários ficam literalmente “inundados” de notícias sobre alagamentos e enchentes. É a época em que as massas de ar frio estacionam sobre determinadas áreas e ocasionam as chamadas chuvas de verão. Estas se caracterizam por sua intensidade e pela presença de fortes rajadas de vento e granizo.
Durante o decorrer da semana, podemos observar, além das chuvas típicas de verão, lixos espalhados nas principais ruas do bairro da Lapa. Ruas como Guaicurus, Monteiro de Melo, 12 de outubro, Nossa Senhora da Lapa, Faustolo, Clélia, além de inúmeras praças que sofrem com o descaso da população que insiste em jogar lixo nas ruas.
O resultado é o entupimento do sistema de drenagem e o assoreamento e obstrução dos cursos d'água, cuja conseqüência na hora de uma chuva mais forte é o transbordamento dos córregos ou a ineficiência do sistema de vazão. Além de trazer pragas urbanas como ratos, baratas e pombas o que provoca diversas doenças para os moradores. Mas a realidade é que somos nós mesmos os verdadeiros culpados por esse indesejável fenômeno.
"Esta é uma questão fundamental, porque por mais esforços que o poder público dedique ao trabalho de prevenção, a população também deve fazer sua parte", lembra o secretário de Coordenação das Subprefeituras. "E isso é simples, basta exercer a cidadania e não jogar lixo nas ruas ou nos córregos, ou depositar entulho em locais públicos, porque durante uma chuva esse material é levado pela água e causa entupimentos no sistema de drenagem, causando transtornos e prejuízos para a população".

Um problema social, ambiental e cultural
O problema do lixo jogado em locais não apropriados é de caráter social, ambiental e cultural. A maior dificuldade para o combate a inundações é o abandono indiscriminado dos mais variados objetos em locais públicos, como ruas ou praças. O que mais impressiona é que entre estes materiais estão colchões, sofás e estantes, além de utensílios domésticos diversos, pneus, latas de tintas e até ferro-velho. Empresas que produzem uma grande quantidade de resíduos, ao invés de contratarem serviços de caçambas, depositam os lixos nas ruas de forma irregular, como vimos esta semana.
Hoje em dia, na “era do descartável”, representada pela famosa garrafa pet, muitas pessoas jogam seu lixo nas ruas, córregos e rios. Esse lixo vai acumulando-se e acaba entupindo as galerias de drenagem, impedindo que a água encontre o seu destino. Ainda assim, nesta época do ano, torna-se ainda mais importante à consciência da população, que não despeje entulho e lixo nas ruas, córregos e praças.
Além de sujar as ruas, é também um problema cultural acarretando uma desordem no bem-estar da sociedade. Residente na rua Clélia há 16 anos, Aldérico da Conceição é um dos moradores que fazem seu papel de cidadão para manter a ordem e a limpeza da via. "A Subprefeitura só pode ser eficiente com a cooperação da população", argumenta. A realidade é que somos nós mesmos os verdadeiros culpados por enchentes e transtornos na cidade.

Como proceder?
Não há como não produzir lixo, mas podemos diminuir essa produção.
Como? Reduzindo o desperdício, reutilizando sempre que possível e separando os materiais recicláveis para a coleta seletiva.
Além disso, uma alternativa é colocar o lixo em sacos plásticos resistentes e no horário previsto que o caminhão de coleta passa na região. E procurar, sempre, indicar para pessoas próximas que – lugar de lixo é no lixo.


Pirituba comemora 122 anos

Na quinta-feira, (1) o bairro de Pirituba comemorou 122 anos de seu surgimento. O território de Pirituba abrange em sua maior parte, as áreas então ocupadas pelas Fazendas Anastácio e Jaraguá, além de pequenos sítios. Mas na história de Pirituba, destaque para figuras exponenciais, que impulsionaram o seu progresso. Muitas das quais, radicaram-se em Pirituba, e tornariam nomes de destaque na sociedade paulista.

Nos trilhos da história
Com a inauguração da estação da então São Paulo Railway Company, em 1 de fevereiro de 1885, é que Pirituba se firmou com posição destacada, graças a todos que acreditaram no seu futuro. Além da agricultura, os empresários também deram crédito ao território.
O primeiro a instalar a sua indústria em Pirituba foi Domenico Campestrin, juntamente com seu sócio Henrique Booch, com a Fábrica de Colla Paulista no final de 1898. O produto industrializado chegava a ser melhor do que o importado, e sua produção anual atingia 30 mil quilos, que era comercializado para as tipografias e marcenarias. Outro estabelecimento agrícola que projetou Pirituba foi a Orchidea Brasileira, de Joaquim da Silva Teixeira, que cultivava plantas para jardins, árvores frutíferas além de inúmeras espécies de orquídeas, que chegaram a ser exportadas para o Reino Unido.
Com o início das obras da Estrada São Paulo-Campinas, atual Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, em agosto de 1916 e a venda da Fazenda Anastácio em 1917 para a Companhia Armour do Brasil, o distrito começa a se destacar na cidade de São Paulo.

Pirituba – Origem do nome
Na região havia uma lagoa denominada Pirituba, que em tupi-guarani significa vegetação de brejo. O bairro foi originado do desmembramento da grande Fazenda do Anastácio. Em tupi, Jaraguá significa Senhor do Vale. Outra curiosidade: até meados do século 19, a região era muito explorada por garimpeiros e até hoje se percebem as cicatrizes e os sulcos deixados por eles nas encostas do Pico do Jaraguá.

A história da igreja de São Luiz Gonzaga
A Vila Pereira Barreto surgiu em novembro de 1922, quando o Dr. José Pereira Barreto e sua esposa Dona Georgina, lotearam uma de suas propriedades. Foi com a chegada das primeiras famílias, formadas por sitiantes, colonos e moradores à margem da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, que, movidos pela fé cristã, construíram um pequeno Oratório, dedicando-o a São Luis Gonzaga, em homenagem à memória do Dr. Luis Pereira Barreto, médico e político de grande reputação da época.
Era nesse Oratório que aconteciam os encontros piedosos e sociais, mas Pirituba foi castigada por fortes chuvas entre 1927 e 1928 – causando o desabamento do pequeno templo. Os moradores, firmes em sua fé, construíram, então, uma pequena Capela, agora com 20 m². A partir de então o padre Santo Bernardi, sacerdote do Colégio Cristóvão Colombo, passou a celebrar missa ali, uma vez por mês, tornando-se assim, o primeiro sacerdote dessa comunidade.
A população já reivindicava a construção de uma igreja maior, que atendesse às necessidades da comunidade local. Foi elaborado, então, o projeto da Igreja, em estilo romano, com as três naves em linhas modernas, com uma grande torre central, numa área de 1.400 m². Então, em 8 de maio de 1955, na presença e com a benção do Exmo. bispo auxiliar, Dom Antonio Maria Alves de Siqueira, houve a cerimônia litúrgica do lançamento da pedra fundamental da nova Igreja. O entusiasmo tomou conta de D. Rodolfo e parte da comunidade, que faziam mutirão de trabalho na escavação dos alicerces e na construção da imensa laje, sustento da Igreja.


Theatro São Pedro 90 anos



Theatro São Pedro comemora

90 anos com exposição retrospectiva



A História do Theatro São Pedro
Inaugurado em janeiro de 1917, o Theatro São Pedro foi erguido em um bairro que poucas décadas antes fazia parte de um sítio, a Barra Funda. À exceção do Teatro Municipal, edificado em 1911, todos os 69 teatros e casas de espetáculo construídos na cidade de 1860 até 1917 foram desativados e, em sua imensa maioria, demolidos. Com eles, desapareceram não só os espaços de entretenimento e cultura, mas também o testemunho e a memória material desses mundos. Uma memória que, no caso do Theatro São Pedro, sobreviveu e cujo fio pode ser retomado.
O Theatro São Pedro foi construído em estilo eclético, predominantemente neoclássico com detalhes em art nouveau, a pedido do empreendedor português Manoel Fernandes Lopes. O engenheiro responsável pela obra foi o construtor Antônio Villares da Silva, que seguiu as linhas do projeto elaborado pelo arquiteto italiano Augusto Bernadelli Marchesini que residia na cidade e que fora o responsável também pelo projeto do Teatro Oberdan no Brás. O teatro de palco italiano com planta em forma de ferradura (além de platéia, frisas, balcões e camarotes) era recorrente nos teatros planejados para funcionar com programação mista, dado que seu desenho permitia a instalação de telas de projeção.
Concebido para ser um espaço dedicado a operetas, teatro e show de variedades, além de projeções de cinema, o São Pedro alternava, em seus primeiros decênios de atividade, a apresentação de companhias nacionais e estrangeiras, com concertos eruditos e mostras de crianças prodígios. Levou à cena figuras hoje célebres como o ator Leopoldo Fróes.
Em 11 de setembro de 1970 uma nova sala de apresentações, cujo foco estava centrado na experimentação e dedicada a pequenos espetáculos, é aberta recebendo o nome de Studio São Pedro. A peça de inauguração, “A Longa Noite de Cristal”, de Oduvaldo Viana Filho, foi contemplada com o Prêmio Molière daquele ano. Nesse mesmo ano é apresentado na sala grande um dos maiores sucessos do decênio, o espetáculo musical “Hair”, dirigido por Ademar Guerra.
Apesar das montagens bem sucedidas problemas financeiros e internos ao grupo levam Segall a alugar a grande sala do teatro ao governo do Estado e a desistir de fazer produções próprias no Studio. A partir de 1974, o teatro passa assim a servir também de sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, então sob a direção do maestro Eleazar de Carvalho. A São Pedro Produções Artísticas, encerra suas atividades em 1975, ainda que Maurício Segall permaneça na direção do teatro até 1981.
No final dos anos 70, o teatro é sublocado para grupos variados, apresenta ainda algumas peças com Beatriz Segall à frente do elenco, e três montagens marcantes: “Macunaíma” (Mário de Andrade), sob a direção de Antunes Filho, em 1978; “Ópera do Malandro” (Chico Buarque), dirigida por Luis Antônio Martinez Corrêa, em 1979, e a já mencionada “Calabar”, dirigida por Fernando Peixoto, em 1980.
Depois de uma década e meia de gestação, em 24 de março 1998, o novo Theatro São Pedro foi reaberto ao público em uma grande cerimônia, com a presença em peso da classe artística paulistana e de autoridades dos governos municipal, estadual e federal. Em junho de 1999, o projeto de restauração do Teatro São Pedro foi um dos contemplados com a Medalha de Ouro de Arquitetura Teatral da 9ª. Quadrienal de Cenografia, Indumentária e Arquitetura Teatral de Praga.A inauguração do novo São Pedro no final da década de 90 significou o início de uma nova orientação. O projeto de recuperação do teatro, iniciado nos anos 80, fez parte de um conjunto de intervenções visando a requalificação na área central da cidade. Na cerimônia de abertura do São Pedro a Secretaria do Estado da Cultura, nova proprietária do teatro, anuncia que o mesmo funcionaria como sede provisória da OSESP até a conclusão das obras na Júlio Prestes. A Orquestra inicia a nova programação do teatro no dia seguinte à abertura, apresentando a ópera “La Cenerentola” (A Cinderela), de Rossini.





EXPOSIÇÃO EM SPRAY
INVADE O MEMORIAL
O Memorial da América Latina é sede da segunda fase da exposição SPRAY – O Novo Muralismo Latino Americano, uma exibição histórica de murais por artistas consagrados do graffiti paulistano.
A abertura da segunda fase aconteceu na quarta-feira (13), tendo ainda o lançamento do "Livro dos Monstros" uma publicação da galeria e editora Choque Cultural. Um livro de artes originais todas feitas à mão por 31 artistas e de tiragem limitada a 150 edições, numeradas e assinadas pelos editores.
De acordo com Adriana Beretta, organizadora da exposição, São Paulo é uma importante fonte de talentosos artistas que ao longo das últimas décadas consolidaram uma linguagem própria, e que hoje, influencia artistas de todo o mundo.
O principal objetivo da exibição é mostrar ao grande público um panorama de qualidade da arte produzida pelos artistas especializados em pinturas de grandes dimensões, surgidos da experiência bem sucedida do graffiti paulistano dos últimos anos, realçando sua diversidade de estilos, originalidade e excelência pictórica.
Artistas como Speto, Caboco, Fefe Talavera, Highraff, Ciro, Prozac, Renan Cruz são responsáveis por grande parte dos coloridos muros da cidade, e agora deixam sua marca na história da arte contemporânea como representantes do muralismo, uma categoria muito importante às artes das Américas, de ícones como o mexicano Diego Rivera e Siqueiros e pelos brasileiros Di Cavalcanti, Portinari, Burle Marx, Clóvis Graciano, entre muitos outros. E pela novíssima geração que transformam São Paulo numa grande galeria a céu aberto.
A exposição tem curadoria de Mariana Pabst Martins, Baixo Ribeiro e Eduart Saretta e inclui ainda cartazes de lambe-lambe e desenhos. A organização é de Adriana Beretta.

Graffiti – A arte das Ruas
Grafite ou Graffiti (do italiano graffiti, plural de graffito) significa "marca ou inscrição feita em um muro", e é o nome dado às inscrições feitas em paredes desde o Império Romano.
Graffiti é a designação para as pinturas feitas em muros e paredes na rua. O graffiti salta aos olhos nos grandes centros urbanos. É considerado por muitos como um ato de vandalismo, uma vez que suja as paredes de inúmeros edifícios, muitas vezes edificações históricas. Muitas vezes confundidas como pixações que só tem a intenção de danificar muros, "marcar territórios" de gangues, fazer protestos e até declarar uma frase para uma pessoa o graffiti é diferente disso, pois seu objetivo é expor desenhos como se fossem pinturas onde o quadro é a paredes.
O graffiti está ligado a movimentos como o movimento hip-hop. Como em nenhum outro lugar todos os elementos co-protagonizam no dia-a-dia da metrópole, evoluindo com caráter próprio e misturando o que há de melhor da cultura popular com o que foi inspirado pelo hip hop norte-americano.
Enquanto para as mentes manipuladoras tentam passar a imagem de que os seguidores desses movimentos tentam mascarar impulsos de vandalismo com discursos de vitimização, na realidade esta expressão legítima é utilizada como veículo para se revelar realidades oprimidas, realidades essas sem força perante pressões governamentais por vias políticas. Desta forma, o que é vandalismo para muitos é um considerável instrumento de protesto contra as condições das classes menos privilegiadas para outros que nesta expressão encontram forma de obrigar a cidade a contemplar a sua miséria.

Muralismo Latino Americano
Muralismo é a arte da pintura mural, que engloba o conjunto de obras pictóricas realizadas sobre parede. A técnica de uso mais generalizado é a do afresco, que consiste na aplicação de pigmentos de cores diferentes, diluídos em água, sobre argamassa ainda úmida.
A pintura mural difere de todas as outras formas de arte por estar profundamente vinculada à arquitetura. Nessa técnica, o emprego da cor e do desenho e o tratamento temático podem alterar radicalmente a percepção das proporções espaciais da construção.
No século XX, a pintura mural ressurgiu, com todo vigor, em três fases principais: um gênero mais expressionista e abstrato que surgiu a partir de grupos cubistas e fauvistas, em Paris, e se manifestou nos trabalhos de Picasso, Matisse, Léger, Miró e Chagall; outro que se manifestou a partir do movimento revolucionário mexicano; e um movimento mural de curta duração, na década de 1930, nos Estados Unidos.No México, a tradição milenar da pintura mural, também praticada por algumas culturas pré-colombianas, ressurgiu nas primeiras décadas do século XX, coincidindo com o movimento revolucionário. Os artistas da época viram no muralismo o melhor caminho para plasmar suas idéias sobre uma arte nacional popular e engajada.

Orquestra Britten comemora 20 anos na Lapa



A orquestra Britten comemora na próxima terça-feira (28), seu aniversário de 20 anos no Teatro Cacilda Becker, na Lapa. Sua história inicia no ano de 1986, quando dois jovens violinistas, Cláudio Cruz e Nadilson Gama, se juntaram ao Regente Titular no aprimoramento técnico e sonoro da Orquestra.
O resultado do trabalho conjunto foi que em cinco anos a Orquestra Britten se profissionalizou e nesses 20 anos realizou centenas de Concertos em teatros, auditórios, escolas, salas de concerto, escritórios e fábricas, muitos deles de cunho didático, com explicações a respeito dos instrumentos, dos compositores e das obras executadas.
A Orquestra Britten gravou 3 CD´s: Orquestra Britten in Concert, Orquestra Britten executa Compositores Nacionais , Orquestra Britten Festival Vivaldi.
Atualmente a Orquestra é dirigida pelo Violoncelista Nelson Gama e pelo Violinista Nadilson Gama, respectivamente Regente Titular e Spalla.

Escola Britten
A Escola Britten, a célula mãe da Orquestra, foi fundada também em 1986 com o objetivo básico de formar novas platéias para a chamada música clássica, realizando Cursos de Prática de Orquestra para estudantes de música. O nome Britten foi tomado do compositor inglês Benjamin Britten, nascido em 1913 e falecido em 1976, que compôs uma obra magnífica chamada “Guia Orquestral para Jovens” onde ele disseca, de uma forma extraordinária, uma Orquestra Sinfônica, apresentando todos os instrumentos que a compõe.

O Quarteto de Cordas Britten
O surgimento do Quarteto de Cordas foi automático, pois o Quarteto é quase que uma redução da Orquestra. Essa formação característica com 2 Violinos, Viola e Violoncelo, criada nos idos de 1720 por Alessandro Scarlati e completada por Haydn em 1755 quando ele compôs os 6 Quartetos do Opus 1, foi ampliada pelo próprio Haydn – que compôs 84 Quartetos de Cordas – e desenvolvida por todos os grandes compositores a partir de então. O Quarteto Britten tem tido uma atuação marcante na vida cultural paulistana tendo já se apresentado várias vezes no Centro Cultural São Paulo e em outros espaços culturais, eventos e workshops em São Paulo e no Rio de Janeiro. O Quarteto de Cordas Britten é formado pelos violinistas Anderson Cardoso e David Gama, pelo violista Rafael Martinez e pelo cellista Nelson Gama.

A Editora Britten
Como o trabalho da Britten foi sempre voltado para o ensino de iniciantes na área das Cordas, um complicador era os métodos, principalmente os de Violoncelo e Viola que eram importados, escritos em Inglês ou Alemão e muito difíceis. No ano 2000, a Escola Britten decidiu entrar nesse segmento e criou um Método Facilitado para Violino, Viola e Violoncelo que ensina o básico de cada instrumento, porém suficiente para os alunos tocarem bem nas igrejas evangélicas e principalmente prestarem exame nas Escolas Oficiais de Música, como a Escola Municipal de Música de São Paulo e a Universidade Tom Jobim (antiga ULM). Dois Álbuns para Quarteto de Cordas, com melodias arranjadas para 2 Violinos, Viola e Violoncelo complementam o ensino dos Métodos.
Em 2005 a Editora Britten lançou um livro intitulado “Introdução às Orquestras e seus Instrumentos” que entre outros temas aborda a Origem das Orquestras, os instrumentos, a Arte da Regência, a Figura do Maestro e a Leitura de uma Partitura. Parte integrante do livro é um CD que inclui a gravação do Guia Orquestral, de Benjamin Britten, narrado em Português.

Futuro da Orquestra
Os projetos culturais com a Orquestra e o Quarteto deverão continuar. Em 2007 será gravado um CD do Quarteto. Os Métodos, já traduzidos para o Inglês, serão lançados em paises de língua inglesa. Dependendo da aceitação em seguida virão as traduções para Espanhol e Italiano.

Dirigentes

Nelson Gama
Economista e Pós-graduado em Administração de Empresas estudou Teoria e Solfejo com o Prof. Lutero Rodrigues na EMMSP e Violoncelo com os Profs. Augusto Lombardi, Gino Pachiaudo, Marisa Johnson e Nerisa Aldrighi. Regência estudou com o Maestro Mário Guedes Peixoto da Orq. Sinfônica do Recife. É professor de Violoncelo, Violoncelista do Quarteto e Regente da Orquestra. É de sua autoria o método para Violoncelo, os Álbuns de Quartetos e o livro Introdução às Orquestras.

Nadilson Gama
Violinista e Violista formado pela EMMSP e Faculdade Mozarteum, atualmente faz parte dos quadros de duas das mais importantes Orquestras de São Paulo: Jazz Sinfônica e Sinfônica Municipal, onde atua como chefe de naipe dos segundos violinos. Além disso, participa da Bachiana Filarmônica, criada pelo pianista João Carlos Martins e do conjunto de Câmara Divina Café. É professor de Violino e Viola, autor dos métodos para esses instrumentos e Spalla da Orquestra Britten.

Grafite criado por OsGêmeos desfila pela Marginal Pinheiros

Até o fim de novembro, uma enorme obra de arte itinerante pode ser apreciada na Linha C (Osasco-Jurubatuba) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). É o trem alemão, série 3000, que foi todo grafitado pelos artistas OsGêmeos, Ise, Nina e Nunka para inauguração do evento Ruas, do Itaú Cultural.
A composição é vista por mais de 100 mil usuários diariamente e por quem passa pelas marginais do Rio Pinheiros. Além de servir como incentivo à arte, a ação tornou a viagem de trem mais agradável. Pesquisa realizada com mais de 2,5 mil usuários apontou 81% de aprovação.
A atividade também faz parte do Projeto Graffiti, desenvolvido pela companhia desde 2001, com o intuito de inibir o vandalismo nos trens e estações. O resultado foi melhor do que o esperado: entre 2003 e 2005 houve queda de 42,1% nas ocorrências de pichações em dependências da companhia, e o vandalismo nos trens diminuiu 64%.
A arte em grafite pode ser vista em painéis e muros espalhados por toda a CPTM: estações Domingos de Moraes, Barra Funda, Lapa A, Lapa B, Luz, Brás, Ipiranga, Brás Cubas, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Jandira, Barueri, Santo André, São Caetano e São Miguel Paulista, além dos tapumes de obras nas estações Presidente Altino e Osasco.
Nos trens, o grafite vem sendo ilustrado desde 2004, quando duas composições japonesas que circulam na extensão da Linha B [Itapevi – Júlio Prestes], no trecho entre Itapevi e Amador Bueno, ganharam cor. Através dos desenhos, elas contam um pouco da história da ferrovia e do dia-a-dia dos paulistas que utilizam o transporte sobre trilhos como meio de locomoção para o trabalho ou para lazer.


Lapa comemora 416 anos
de muita história


Na quinta-feira (12), dia das crianças e dia da Nossa Senhora Aparecida – o bairro da Lapa comemorou 416 anos. A Lapa deve o nome a um morador português que, ao se mudar para a região, levou consigo uma imagem de Nossa Senhora, e construiu uma gruta, para a santa. A comunidade se desenvolveu em torno da imagem e o lugar passou a ser chamado de Nossa Senhora da Lapa, terminando por - na linguagem preguiçosa do povo - ficar conhecido apenas pelo último nome (Lapa significa: "grande pedra que forma um abrigo").


História da Lapa
Os primórdios do bairro nos remetem ao século 18, quando a região era dividida em apenas duas fazendas: a do coronel Anastácio de Freitas Trancoso (hoje, o bairro de Anastácio) e o sítio do Emboaçava. As duas fazendas eram atravessadas pelo Caminho dos Goiases - famosa rota de bandeirantes.
As origens do bairro remontam aos primórdios do povoamento de São Paulo de Piratininga. A primeira notícia sobre a região é de 1561 quando os jesuítas receberam uma sesmaria junto ao rio Embiaçaba, depois chamado Pinheiros. Embiaçaba, Ambuaçava, Umbiaçava, Mboaçava, Emboaçava ou Boaçava, topônimo de origem tupi, que significa "lugar por onde passa", designou durante três séculos a região lapeana. A então paragem da Emboaçava, no século XVI, se limitava com os campos de Piratininga (altura do Pacaembu), Aldeia de Pinheiros, Jaraguá (que compreendia Pirituba e Freguesia do Ó) e campos de Carapicuíba na altura do município de Osasco. O povoamento disperso, com sítios e fazendas, se fez lentamente a partir da construção de uma "fortaleza" para a defesa da Vila de São Paulo, situada além do rio Pinheiros, em 1590. Conservou, porém, reduzido número de habitantes durante muito tempo.
Entre os imóveis da Emboaçava, a partir de meados do século XVIII, destacou-se a "fazendinha da Lapa", assim denominada pelos Padres Jesuítas, pelo fato de a terem recebido em doação sob a "condição de se cantar uma missa cada ano à Virgem Santíssima, com o título da Lapa". Limita-se com os sítios: Água Branca, Mandi, Emboaçava e Tabatinguá. A sede engenho e ermida da Lapa - localiza-se no caminho de Jundiaí, junto de um vaio (ponto hoje designado pela avenida Brigadeiro Gavião Peixoto, aproximadamente nos arredores da avenida Mercedes e da rua Guararapes). Devido, porém, ser muito acidentado o terreno e por falta de mão-de-obra, decidiram os religiosos trocá-la no ano de 1743 com outra propriedade situada na baixada santista. Em 1765, toda a paragem de Emboaçava continha apenas cinco casas com trinta e um habitantes, sendo treze homens e dezoito mulheres.



Miscigenação cultural


A partir de 1880 - ano da Grande Imigração - começaram a chegar à Lapa as famílias tirolesas (do norte da Itália), que se dedicavam ao plantio de frutas e verduras. Em seguida vieram outros italianos (a maioria da região de Veneza), e também portugueses, espanhóis, franceses e sírio-libaneses.
Eles se espalharam pelo bairro e se dedicaram ao comércio, como profissionais liberais ou artesãos, sapateiros ou alfaiates. No final do século 19, chegam operários italianos e franceses que vêm trabalhar na vidraçaria Santa Marina. A região ainda teve grande influência dos italianos, onde os nomes das ruas do bairro eram sempre relativos à Itália: Roma, Coriolano, Scipião entre outros.
Por volta de 1906, com a instalação das oficinas, da Estrada de Ferro São Paulo Railway (SPR), operários e técnicos ingleses passaram a residir no bairro que se encontrava em franco progresso. Em 1919 o frigorífico Armour trouxe um grande número de trabalhadores húngaros, lituanos poloneses e russos. Uma febre de novas fábricas aconteceu no bairro, contribuindo para seu crescimento.





Dia da Pompéia: 7 de outubro
Bairro da Pompéia comemora
pela 1º vez aniversário

Recentemente foi aprovado na Câmara dos Vereadores, o dia da Vila Pompéia, com data afixada em 7 de Outubro, passando a fazer parte dos festejos oficiais da cidade. Desta forma, neste sábado um dos bairros mais tradicionais da região estará completando 96 anos de muitas lembranças e tradições.
A APA - Associação de Preservação Ambiental da Pompéia, tomou para si a organização dos eventos comemorativos dessa data, se obrigando a, todos os anos, realizar um projeto de melhoria e resgate do bairro, pois este vem sendo constantemente degradado. O principal objetivo da associação é a melhoria do bairro e assim, o seu patrimônio sócio-cultural.
Com o apoio do Jornal Nosso Bairro, o projeto escolhido para este ano foi à recuperação do calçadão do Edifício Sumaré, na Avenida Professor Alfonso Bovero com Rua Apinagés, local considerado o “Portal” da Pompéia e que tem alguma notoriedade, pois foi à moradia de vários artistas da Rádio e TV Tupy (essa era a grafia, na época).
O Projeto, batizado de Boulevard da Pompéia, indica as reformas arquitetônicas a serem feitas no local, para melhorar sua aparência e qualidade. Para custear sua realização, serão convocados os empresários do Bairro. Defronte ao Edifício existe um pequeno terreno da Prefeitura, que também será urbanizado e integrado visualmente ao Boulevard.
Ainda dentro do projeto, será lançado o Espaço Cultural PRF 3 Tupy, em homenagem à entidade extinta, onde ocorrerão, obviamente, eventos culturais e o Museu da TV Vida Alves, com acervo pertencente a essa artista, que também será sua curadora.
As comemorações do aniversário da Pompéia iniciaram na terça-feira (3) com um coquetel para a apresentação do projeto. Foram convidados, além dos empresários, artistas que residiram no Edifício, como Hebe Camargo e Ana Maria Braga.
Para as comemorações, foram escolhidos os dois pontos mais emblemáticos do bairro: o SESC Pompéia e a Igreja de Nossa Sra. do Rosário da Pompéia.
O SESC Pompéia apresenta no sábado, André Cristóvão e Trio, todos moradores do bairro da Pompéia. O tema da apresentação será Blues & Rock. Já a Igreja Nossa Senhora do Rosário da Pompéia, celebrará a partir da às 15:30 horas, Missa Barroca do Padre José Maurício Nunes Garcia, inteiramente cantada, inclusive nas leituras, além do Madrigal e Orquestra de Cordas da Companhia Filarmônica, regida pelo Maestro Marcelo Antunes Martins.
O Padre José Maurício nasceu no Rio de Janeiro em 1767. Sua mãe, escrava liberta vinda da Guiné, casou-se com um alfaiate português. Foi mestre-de-capela da Capela Real e compositor da corte, até a chegada de D. João VI. Vítima do preconceito da nova ordem foi demitido, mas deixou obra intensa com cerca de 400 peças entre missas, ofícios, obras profanas, instrumentais, teóricas e orquestrações avulsas. José Maurício faleceu a 18 de abril de 1830 no Rio de Janeiro.
Essa peça belíssima e inspirada só foi apresentada uma única vez quando composta, sendo, portanto, praticamente inédita.
O Maestro (também arquiteto) Marcelo Martins, formado pela PUC, tem extenso currículo em música clássica, mas navega também em águas populares. Durante nove anos, recuperou partituras do século VIII, guardadas no porão da casa de D. Luciano Mendes em Mariana, MG.Para esse trabalho fez a orquestração utilizando a partitura original, conservando toda a sua beleza e simplicidade — a música foi composta para pequeno órgão e três vozes — apenas criando mais volume de som e dobrando as vozes.

A história de Pompéia
Os primeiros vestígios da fundação de Pompéia datam do século VII a.C. Segundo os arqueólogos, o primeiro núcleo de habitantes se instalou 25 metros acima do nível do mar, numa margem do rio Sarno e a poucos metros da praia. Durante os primeiros séculos, Pompéia recebeu a influência das civilizações gregas e etruscas, que dominavam a atual região da Campânia, no sul da Itália.
A várias dezenas de quilômetros de Pompéia fica Paestum, um dos mais importantes encraves da Magna Grécia, com imponentes templos gregos. No século IV a.C. a cidade teve uma grande chegada de samnitas (antigo povo da região), que desceu das montanhas em direção ao litoral, e Pompéia viveu uma forte urbanização.
Entre os anos 343 e 290 a.C., os samnitas foram derrotados pelos romanos, que conquistaram a Campânia. Pompéia passou a fazer parte da "Res Pública Romana", e no século I a.C. virou município. No ano 80 a.C., se rebelou e pediu dignidade política e social igual à de Roma. Depois de ser cercada pelas tropas de Cornélio Sila, se rendeu e passou a ser uma colônia do Império. Entre 27 a.C. e 37 d.C., Pompéia teve sua época de esplendor. Foram construídos belos edifícios privados e públicos. O melhor momento foi na época dos imperadores Augusto e Tibério. No ano 62 d.C. houve um forte terremoto que deixou grandes estragos na cidade. Em 24 de agosto de 79 d.C., em plena reconstrução da cidade, ocorreu uma erupção do Vesúvio que a sepultou.